O EXERCÍCIO DAS PEQUENAS COISAS
O santo prefere à vista, mas aceita pré-datado
Até o fim do mês, compre uma rosa e coloque num copo com água filtrada e uma colher de mel. Deixe no sereno por uma noite. No dia seguinte, retire a rosa e beba a água - sempre pensando naquela pessoa desejada. Amarre no talo da rosa uma fita de cetim cor-de-rosa. Depois, leve a rosa para um cruzamento(*) movimentado. Quando o sinal fechar, despetale a flor, jogue as pétalas para cima abrindo os braços e dizendo: "Pelo sol, pela lua, pelas estrelas, pela areia: meu santinho poderoso, traz fulano pra minha teia." Amarre a fita de cetim no pulso e só retire quando tiver certeza de que teve seu pedido atendido.
*Cruzamento, não encruzilhada, hein? (vade retro..)
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Doses Homeopáticas
Melinda & Melinda (**)
O filme parte da premissa de que a partir de um mesmo fato (uma mulher que chega de surpresa pedindo ajuda em meio a um jantar de negócios) histórias podem ser desenvolvidas sob diferentes enfoques (cômico e dramático).
Dizer que é isso que ele tenta mostrar com suas duas Melindas não é grande coisa, aliás, ele mesmo afirma isto desde o começo, quando "dois escritores discutem as diferenças entre a comédia e a tragédia, criando histórias em cada um dos gêneros com uma mesma protagonista", o que é um tanto frustrante.
Contudo, apesar das histórias serem geradas sob intenções opostas, durante o desenvolvimento elas acabam se tornando interdependentes. Nenhuma das duas funciona por si só. A graça toda está na "poética" das referências que uma faz à outra; no como uma complementa a outra, o que é até interessante, mas não dá conteúdo suficiente para compor um filme inteiro, já que quando terminado somente consegue-se chegar à mesma conclusão tirada dois minutos depois do inicio da projeção:
A vida pode ser cômica ou pode ser dramática, depende dos olhos de quem vê. Mas, quem não sabe disso? Particularmente, eu não precisava que o Woody Allen viesse me contar.
Um Filme Falado (****)
Em resumo: "Um filme falado" conta a história do mundo através de um cruzeiro pelo Mar Mediterrâneo. Faz um passeio por diversas culturas e nos apresenta como é possível que até mesmo os diferentes idiomas não funcionem como barreiras para a comunicação e o entendimento entre os povos. Mostra como isto pode ser simples, fácil e tranqüilo... ou melhor, como "poderia".
Saído do filme eu me questionava se tudo aquilo apresentado era realmente necessário. Será que o mundo é (porque sempre foi) ainda inconseqüente? Não seria obvio demais, em tempos atuais, mostrar tal nível de intolerância?
Contrastes...talvez...
Entro no ônibus e uma senhora começa a puxar conversa... Ouço-a então falar de imediato sobre milhões de teorias conspiratórias relacionadas (somente em sua cabeça) ao judaísmo e seus devotos (aos quais ela se referia de forma muito menos educada que esta) – desde o Banco Santander às pedras da calçada da
Praia de Icaraí...
Eis que lá pelas tantas do seu monólogo ela me pergunta: - Por acaso você é judeu? E eu penso: - Mas nem que eu fosse eu diria que sim!!!! Caso contrário esse ônibus explodiria... no mínimo.
E eu que tinha acabado de sair de uma sessão achando que o mundo não era tão intolerante...ô ingenuidade... Eu estava diante de uma senhora que me mostrava o absurdo da realidade e não conseguia sequer reagir...
Acho então que talvez seja eu o errado da história... ou talvez, certo mesmo esteja Manoel de Oliveira, do alto de seus 97 anos de idade, e "Um filme falado" seja um bom modo de mudar o pensamento humano, ou pelo menos fazer-nos refletir sobre ele.
(overdose) Star Wars ****
Nos últimos 10 dias eu assisti 5 filmes "Guerra nas Estrelas" (só faltou o Episódio 4!!!), com isso eu acabo nem tendo como escrever sobre outra coisa... prometo, no entanto, ser esta a última vez que toco no assunto...
Fui ver o Episódio 3 ainda na semana de estréia e fiquei um pouco decepcionado. Não, o filme não é ruim, mas passa a impressão de que é o único dos 3 recentes que possui algum conteúdo - a trama política por trás da trasformação de Anakin é excelente, melhor que todas as cenas de ação frenética que permeiam o restante do filme. No entanto, todo esse conteúdo a ser apresentado acaba prejudicando o andamento do filme, já que resolveram apresentar todas essas informações na última hora de projeção dando uma sensação horrível de correria - ou de um mal (péssimo) desenvolvimento da edição.
Porém, apesar disso, ao rever os filmes anteriores é incrível como tudo se encaixa perfeitamente... até os Episódios I e II, medonhos, ficam agradávelmente bons após ter visto este "A vingança do Sith"... e isso por si só, já é um feito e tanto!