Casa Verde

sexta-feira, julho 09, 2004

É com orgulho que a Casa Verde News Corporation traz até você uma coluna de produção limitada:

"A Saga de Um Músico"

em 4 pequenas doses homeopáticas para divertir os alucinados pacientes dessa casa em suas férias (férias, o que é isso mesmo???)

    Como eu andei meio sumido do meu hospício-lar durante este tempo, eu pensei em fazer um resumão de tudo que me aconteceu no semestre para contar para vocês. Aí vai o primeiro capítulo desta saga (que quem sabe pode virar até um especial da Globo!)

09/07/04

  1. Caos em Fevereiro: foi dada a largada!

(A Matrícula Começou)

Madrugada...
Acordo muito cedo com toda a minha família pois vamos todos ao Rio resolver várias coisas (dentre elas a matrícula na universidade). Mais ou menos na hora do almoço eu e meu pai fomos para a Ilha mais perfumada de toda a cidade do Rio de Janeiro - A Ilha do Fundão.
Destino: Faculdade Letras
Objetivo: Fazer a matrícula

    Depois de procurar um pouco pelo prédio (até que não foi difícil, porque tinha uma "muvucada" no prédio) finalmente subi as escadas rumo a matrícula. Aquele friozinho percorrendo a espinha... Bom, chegando na sala indicada, identifiquei-me e peguei a ficha de inscrição, mas ao invés de me sentar fiquei encarando o funcionário que tinha acabado de me entregar a ficha.

Ele me perguntou "bondosamente" - "o que foi????!"

Ao que eu respondi "no mesmo tom delicado" - "bom, o senhor não tem uma caneta pra me emprestar!"

    Pronto, aquilo já era o exemplo de que eu estava realmente em uma faculdade pública. O cara achou muita irresponsabilidade minha não ter trago uma caneta (Ha!, tinha saído de madrugada da cidade e ainda tinha que lembrar de levar caneta.) Depois de esperar os outros dois candidatos que estavam preenchendo os formulários (com as únicas duas canetas disponíveis da sala) comecei a preencher a ficha. É importante ressaltar que todas as minhas dúvidas foram resolvidas com o máximo de atenção possível (ai que piada!).
    Após o término do formulário me dirigi para o mesmo bondoso fiscal e lhe entreguei a ficha e uma foto. Adivinhem... Quando ele foi colar a foto, não tinha cola, né! Bem imaginei que ele ia começar a brigar comigo porque eu não tinha levado cola de casa... Mas para minha surpresa ele rapidamente pegou uma cola emprestada da sala vizinha e o meu processo de matrícula estava finalmente acabado.

    Se vocês acham que isso é tudo, se enganaram...

    O dia das inscrições nas matérias foi muiiiiiiiitooooooooooo pior!!!

    Normalmente o que se espera de um primeiro semestre é que você receba um horário já prontinho das suas matérias, não é? Mas isso não acontece lá onde estou não.

    Imaginem, sei lá, umas cem pessoas num cubículo mínimo tentando ouvir um outro funcionário igualmente paciente sobre suas matérias. Um parede cheia de folhas com as matérias. Um calor infernal, insuportável (a sala não tinha janelas.) Bom quando todo mundo se deu conta do que tinha que fazer foi uma correria só em direção à parede decorada com as folhas. (aí está o cúmulo da idiotice, em fez de se fazerem várias xerox e espalhar por um corredor inteiro, sei lá, eles concentram tudo em uma única parede, bem idiota não acham).
    O fato é que eu fui um pouquinho lerdo para entender o que era para fazer e quando finalmente acabei de escolher as matérias me falaram que eu devia me endereçar a uma outra sala para aí sim me matricular na determinada matéria.

    Aqui há um fato interessante: No momento em que eu saí dessa primeira sala, ela já estava bem mais vazia, eu estava até achando estranho... Quando eu cheguei na segunda sala a minha dúvida foi esclarecida: a "muvucada" tinha se transferindo toda para essa nova sala.

    Essa nova sala estava dividida em três fileiras (cada uma dividida para algumas matérias específicas).
Eu que não sou bobo nem nada me dirigi para a menor fila de todas e nela consegui me matricular em, oh! 2 matérias. Passada essa etapa fui para a fila maior. Quando finalmente fui atendido a maioria das matérias que eu queria já estavam com as turmas lotadas! (isso mesmo, não tinha mais vaga para certas matérias que eu passei horas escolhendo!). Graças a Deus uma professora que eu havia escolhido apareceu por lá e abriu novas vagas em sua turma. Já na matéria Harmonia eu tive de me contentar com o horário de sete horas da manhã (ninguém merece!). E além disso tive que começar o meu curso não por História da Música I (o que seria normal), mas por História da Música II.

    Depois de cinco horas frustrantes passadas lá vim me embora para casa completamente desanimado para começar as aulas...

    Só que eu ainda não mencionei o pior...

    Eu me matriculei em várias matérias mas não consegui me matricular em Piano. (Ué, como um estudante de Piano pode começar a faculdade sem se matricular em piano...). Eu (e várias outras pessoas também) não sabíamos que era necessário contatar algum professor e perguntar se ele queria dar aula para a gente. Imaginem como não foi frustrante ter a expectativa de começar o curso sem ter aula da principal matéria.

    Mas depois que as aulas começaram, tudo foi se resolvendo. Me matriculei em Piano pelo processo de inclusão e passei a gostar cada vez mais do curso.

O Sol já começava a raiar no horizonte do nebuloso início do primeiro semestre.

Esse foi o início meio caótico do meu ano. Vejo vocês em outro capítulo desta mini-série.

Aquele Abraço.

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