Resolvi escrever. Demorei, mas vim, voltei. Talvez seja esse sentimento agoniante que está me incomodando pós meia-noite do dia 25 de dezembro. Já me deram tanto Feliz Natal hoje que essa felicidade se transformou em um mesclo de tristeza e frustração.

Eu não comemoro mais o Natal como nascimento do menino Jesus. Provavelmente por cada dia menos gostar da Igreja Católica como Instituição agente no mundo, ainda mais após a morte do homem mais belo que eu já vi, sucedendo-se em seu lugar um Papa conservador, retrógrado e intolerante, o que representa alguma das coisas que eu mais abomino.

Não gente, não estou revoltado. Simplesmente resolvi pôr pra fora esse sentimento de tristeza que me assolou no dia de hoje. O Natal se transformou numa fachada para esconder os defeitos do mundo. Diz-se desde sempre que é uma data em que os vários povos entram em harmonia, celebram a Paz e a União. Eu discordo. Pra mim parece cada vez mais como uma data em que as pessoas se enganam para dizerem que o mundo está em paz, os diferentes estão iguais, os conhecidos estão unidos. Pouco se faz, porém, quando esta data acaba. De janeiro até dezembro, de novo, damos uma pausa à paz e a tolerância e retornamos ao mundo real.

De hoje em diante eu não comemoro mais o Natal desse jeito. Darei presentes, desejarei felicidades e Feliz Natal a todos, mas não vou me corromper com essa falsa felicidade. O Espírito Natalino terá que me reconquistar. Em compensação, eu farei o meu possível para, não somente em um dia mas em todos os que eu puder, trazer ao mundo verdadeiros sentimentos de Paz e de União, um dia de cada vez, uma ação de cada vez.