Gente, é só um exercício, tá...
Meditação
Queria chorar, mas tinha bebido tanto que suas lágrimas secaram com seu suor na noite anterior e agora só lhe restava uma sensação de medo e fome sem apetite, mesmo tendo comido biscoitos ao acordar. O medo vinha sondando seu espírito já fazia um certo tempo. Encontraram-se pela primeira vez em um bar, numa noite de lua cheia e muito álcool, beijos, barulho - pessoas demais. Aliás, não gosta muito das pessoas, talvez por isso não tenha contado a ninguém seus encontros com o medo. Encontros dentro de sua própria casa, que começavam de manhã cedo e só terminavam por obrigação ou quando um amigo chamava e despertava a esperança de que um dia estaria no caminho certo outra vez.
Como a alegria é passageira, talvez o medo também o fosse, mesmo que parecesse intrínseco como um órgão. Vomitar resolveria. Fugir resolveria. Mas mesmo assim precisava de sinceridade. Já que não sabia sobre o futuro, imaginava se as suas noites seriam sempre iguais ou se ainda era possível ser feliz de dia. Só a reflexão e a verdade poderiam dizer o que era certo. Não queria ouvir palavras de nenhuma pessoa; as ouvia sempre e nenhuma ecoava em sua mente como acontece com as revelações do espírito. Este deveria ser um momento de silêncio, com a mente dentro do corpo e os olhos abertos contemplando coisa alguma.
::escrito em 31/10/04
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