Casa Verde

quinta-feira, dezembro 02, 2004

Telepernia
Parado na calçada, esperando o sinal abrir, sentindo involuntariamente o calor do sol e o frescor do ar matutino no centro da cidade bucólica, você lê uma revista qualquer e não se importa por estar atrasado para a aula.
Devido ao desconforto que as pernas sentem por estarem paradas sustentando um corpo alterado pela gula, que ousa carregar nas costas tortas, apesar de jovens, uma mochila cheia de livros inúteis, a paciência para aguardar o sinal abrir escorre pelo bueiro mais próximo.
Infelizmente, o mundo pouco se importa com a sina dessas pernas e asssim um ônibus responsável para no ponto, obstruindo sua visão em relação ao transito a ser vencido.
Felizmente, a rua desafiadora tem dois lados e o acaso encarrega-se de por ali outra pedestre, com as pernas incumbidas de atravessar a mesma rua, com a vantagem de uma visão livre para observar todos os carros que cortam seus caminhos.
Nesse instante, suas pernas depositam nela toda confiança e ao primeiro passo da desconhecida você começa a andar na direção oposta, certo de que ela prestou atenção no trânsito e não trairá seu crédito desconhecido, causando seu atropelamento.
E se a desconhecida enxergasse mal??? E se ela estivesse desatenta???
E se ela fosse uma suicída???
Mesmo pensando isso, suas pernas não pedem desculpas, balançam envergonhadas ou te dão alguma resposta que te faça parar de escrever no maio da aula. Assim, você continua escrevendo e vê uma resposta e conselho:
_Cuidado cmo as pernas, pois se você não as controla, seu corpo é carregado pela crença pernística na certeza inconsciente de que todos sempre tem vontade de viver.

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